Resumo da Diabetes Mellitus
Pâncreas
A princípio para falar sobre Diabetes Mellitus, faz-se importante recordar do Pâncreas. Vamos lá!
Em resumo, o pâncreas é um órgão pequeno, localizado na porção superior do abdome, abaixo do estômago, sendo interligado ao duodeno. É considerado uma glândula anficrina ou glândula mista, ou seja, este órgão tem função endócrina e exócrina.
O pâncreas realiza a síntese do suco pancreático com enzimas que desempenham função na digestão de carboidratos, lipídios e proteínas. A porção endócrina onde estão localizadas as Ilhotas de Langerhans, contêm as células beta que produzem insulina e células alfa que produzem glucagon, ambos atuam na manutenção de glicose no sangue.
Conceito
A Diabetes Mellitus (DM) é um transtorno metabólico ou doença metabólica crônica, caracterizada por níveis aumentados de glicose, ou seja, hiperglicemia e isso ocorre devido à uma deficiência absoluta (produção) ou relativa (ação da insulina/resistência a insulina), ou em ambos.
Epidemiologia
O Brasil é o 4º país com maior número de pessoas com Diabetes Mellitus entre 20 e 79 anos de idade, cerca de 133,5 milhões (2017). São cerca de 4 milhões de mortes por DM na América do Sul e México, sendo metade delas no Brasil.
Complicações
As complicações da DM são em decorrência dos distúrbios microvasculares e macrovascualres.
A Doença Cardiovascular (DCV) é a principal e geralmente causa incapacidade do paciente com DM. A Retinopatia Diabética é a primeira causa de perda da visão e a Neuropatia periférica pode causar o pé diabético, amputações, doença coronariana, doença cerebrovascular e doença arterial periférica.
Tipos de Diabetes Mellitus
Diabetes Mellitus tipo 1
A Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) é uma doença autoimune, caracterizada pela destruição das células β do pâncreas que por sua vez, que em seguida, causa deficiência completa na produção metabólica da insulina, assim sendo, o indivíduo se torna insulinodependente. Cerca de 30 mil brasileiros são portadores da DM1, que pode ser diagnosticada na infância, adolescência ou em alguns jovens adultos. Este tipo é subdividido em outros dois, são eles:
DM1A: é considerada a mais frequente, sendo confirmada pela presença de um ou mais autoanticorpos. Ex.: antidescarboxilase do ácido glutâmico (anti-GAD), anti-ilhotas e anti-insulina.
Os fatores de risco são a predisposição genética, fatores ambientais externos que desencadeiam a resposta autoimune (infecções virais, componentes dietéticos). Portanto, esses pacientes tendem a apresentar hipoglicemia grave ou cetoacidose diabética.
DM1B: é considerada idiopática, os autoanticorpos não são identificados e há necessidade de insulinoterapia plena.
Diabetes Mellitus tipo 2
A Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) é de início insidioso com sintomas brandos, ocorre deficiência na produção da insulina e resistência à ação da insulina. A cetoacidose é rara nesses pacientes. Os fatores de risco são: a hereditariedade, obesidade, sedentarismo, diagnóstico prévio de pré-diabetes ou DM gestacional, hipertensão arterial sistêmica e dislipidemia.
Curiosidade: a disposição da adiposidade corporal é visceral, desse modo, quando esse tecido é hipertrofiado produz cetonas pró-inflamatórias que gera resistência à insulina.
Isto posto, o rastreamento deve ser feito a cada 3 anos para indivíduos com fator de risco mas com exames laboratoriais normais.
Sintomatologia da Diabetes Mellitus tipo 2
Os principais sintomas são: poliúria, polidipsia, polifagia e emagrecimento excessivo sem nenhuma causa.
Diabetes Mellitus Gestacional
A Diabetes Mellitus Gestacional é a diabetes diagnosticada pela primeira vez durante a gestação, entretanto, é mais provável ocorrer após a 24ª semana de gestação e que não é um diabetes prévio (DM1 ou DM2). É considerada uma intolerância à carboidratos de graus de intensidade variados, podendo ou não persistir após o parto.
Classificação Diabetes Mellitus Gestacional
A DMG pode ser classificada de duas formas:
Diabetes Gestacional ou Diabetes da gestação, nesse sentido, quando é diagnosticada pela primeira vez durante a gravidez; e
Diabetes pré-gestacional ou Diabetes na gestação, quando a paciente já é diagnosticada previamente com Diabetes Mellitus tipo 1 ou 2.
Critérios diagnósticos para DM pela Sociedade Brasileira de Diabetes
Prevenção da Diabetes
A prevenção da Diabetes pode ser feita de três formas, são elas:
- Primária: através do rastreio, identificando uma pré-diabetes e adequando o estilo de vida.
- Secundária: através da prevenção das complicações.
- Terciária: pela reabilitação e limitação das incapacidades decorrentes das complicações da DM.
Fontes:
Diretrizes sociedade brasileira de diabetes 2017/2018
Atlas Diabetes Mellitus no Brasil em 2017
Caderno de Atenção Básica Diabetes Mellitus 2013